Lesões sutis das articulações intercuneiformes e tarsometatársicas tratadas através da neoligamentoplastia

Autores

  • Caio Nery
  • Cibele Réssio
  • José Felipe Marion Alloza

Palavras-chave:

Articulaestarsianas/cirurgia;Articulaestarsianas/leses;Traumatismosdop;Ligamentosarticulares/leses;Procedimentosortopdicos/mtodos

Resumo

Objetivo: O objetivo do presente trabalho é apresentar os resultados obtidos no tratamento das lesões ligamentares tarsometatársicas e intermetatársicas por meio da neoligamentoplastia. Métodos: Dezoito pacientes com o diagnóstico de lesões sutís das articulaçõesintercuneiformes e tarsometatársicas (Lisfranc) foram tratados no período compreendido entre 1995 e 2004. Todos referiram com segurança a ocorrência de entorse do pé com o antepé fixo ao solo como sendo o mecanismo de trauma. Em 11 pacientes (61%) atuouuma força lesiva acessória em eversão, e em sete pacientes (39%) atuou a inversão como vetor acessório. A confirmação do diagnóstico clínico pela radiologia simples foi possível apenas em nove pacientes (50%); no entanto, a ressonância magnética confirmou a hipótesediagnóstica e apontou as estruturas anatômicas envolvidas em todos os pacientes (100%). Os ligamentos lesados foram explorados e seus restos removidos cirurgicamente – um dos objetivos de nosso procedimento cirúrgico que atua eliminando a dor resultante da compressão dos restos ligamentares, permitindo a obtenção da desejada congruência articular. Uma vez restabelecidas as relações anatômicas articulares normais, foram realizados orifícios ósseos de forma a reproduzir a isometria e anatomia dos ligamentos lesados. Emseis pacientes, utilizamos o cordel de polidioxanona de 2 mm (Johnson & Johnson), e, em dois, fios 5.0 de dexon para substituir os ligamentos. Em dois pacientes, foi utilizado o tendão do extensor longo do quarto dedo e em oito o tendão extensor longo do terceiro dedocomo enxerto para a recriação dos ligamentos lesados. Resultados: Ao final de 6,9 anos de seguimento médio (mínimo de 2,3 anos e máximo de 11,2 anos), 15 pacientes (83%) foram considerados como excelentes e bons resultados, fato que significou recuperação completa da mobilidade e força, sem dor residual, inexistência de reações teciduais ou ósseas aos neoligamentos e sem perda da redução anatômica obtida. Três pacientes (17%) apresentaram resultados moderados ou maus, que significaram o desenvolvimento de quadro degenerativo articular, com todos os seus comemorativos e limitações. Conclusões: A ressecção dos restos ligamentares lesados, a redução anatômica das articulações subluxadas por ocasião do trauma e a reconstrução isométrica dos ligamentos mostrou ser excelente solução para o tratamento das lesões sutís das lesões da articulação de Lisfranc, devendo ser considerada como alternativa ao método clássico da fixação com parafusos.

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Publicado

2007-06-30

Edição

Seção

Artigos Originais

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