Avaliação do resultado do tratamento cirúrgico dopé torto congênito antes e após os dois anos de idade

Autores

  • Ricardo Cardenuto Ferreira
  • Marco Túlio Costa
  • Gustavo Ghedini
  • Nelson Pelozo Gomes Junior
  • Gastão Guilherme Frizzo
  • Roberto Atíllio Lima Santin

Palavras-chave:

Ptorto/cirurgia;Deformidadescongnitasdop/cirurgia

Resumo

Objetivo: Avaliar o resultado do tratamento cirúrgico do pé torto congênito (PTC), antes e após os dois anos de idade, empregando-se a técnica de liberação peritalar pela via de Cincinnati. Métodos: Reavaliados 61 pacientes (97 pés) portadores de PTC idiopático que foram submetidos a tratamento cirúrgico. Quarenta e seis pacientes (75%) eram do sexo masculino e 15 (25%) do sexo feminino. A deformidade era bilateral em 36 pacientes (59%). A média de idade no momento da operação foi 19 meses, (variando de seis a 66 meses). Dividimos os pacientes em dois grupos: Grupo I (77 pés), aqueles submetidos à cirurgia antes dos 24 meses de idade e Grupo II (20 pés), aqueles submetidos à cirurgia após os 24 meses de idade. Todos os pacientes foram operados segundo a técnica de liberação peritalar pela via de acesso de Cincinnati. O resultado clínico-funcional do tratamento foi avaliado pela escala de Lehman modificada. Outros parâmetros de avaliação empregados levaram em consideração a presença de deformidades residuais, o grau de mobilidade articular do retro e médio-pé e a marcha. Avaliamos também a variação angular talocalcanear e talometatarsal com radiografias pré e pós-operatórias. O tempo médio de seguimento pós-operatório foi 58 meses (variação de 12 a 136 meses). Resultados: Obtivemos 46 pés classificados como excelentes (47%), 43 pés como bons (44%), dois pés como regulares (2%) e seis pés como ruins (7%). Quando analisamos os resultados com base na idade em que a cirurgia foi realizada observamos que, nos pacientes submetidos à cirurgia antes dos dois anos de idade, resultados foram excelentes ou bons em 72 pés (92%) e regulares ou ruins em cinco pés (8%). Já nos pacientes submetidos à cirurgia após os dois anos, os resultados foram excelentes ou bons em 17 pés (85%) e regulares ou ruins em três pés (15%). Estes valores não mostraram diferença estatisticamente significante. Observamos que os pacientes operados após os 24 meses de vida apresentaram maior limitação da amplitude de movimento do tornozelo, maior incidência de deformidade residual em supinação e maior incidência de hipercorreção (pé em mata-borrão). Além disso, nesta faixa etária, a avaliação radiográfica mostrou menor capacidade na correção do alinhamento entre o eixo do tálus com o do I metatarso, na incidência de perfil do pé e menor capacidade de corrigir o alinhamento do eixo do tálus com o do calcâneo. No entanto, não observamos significância estatística quando comparamos estes resultados com os dos pacientes operados até os 24 meses de vida. Conclusões: Com método de liberação peritalar pela via de Cincinnati, o prognóstico foi favorável em 91% dos pacientes operados. Quanto à influência da idade no momento da cirurgia, apesar das diferenças encontradas entre os dois grupos, não observamos significância estatística. Avaliação futura faz-se necessária para verificar se estes fatores terão algum tipo de influência na possível deterioração dos resultados clínico-funcionais.

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Publicado

2007-12-31

Edição

Seção

Artigos Originais