Cirurgia minimamente invasiva empregando fixador externo circular no tratamento do pé equinocavo paralítico secundário à lesão nervosa periférica

Autores

  • Lysie Pistorello
  • Cleber Lotti
  • Marco Túlio Costa
  • Ricardo Cardenuto Ferreira

Palavras-chave:

Pé cavo; Deformidades do pé; Fixadores externos; Procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos; Nervos periféricos

Resumo

Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar a eficácia em tornar plan­tígrado, pés rígidos com prévia lesão nervosa periférica e que apre­sentam grave deformidade em equinocavo. O tratamento consistiu na cirurgia minimamente invasiva utilizando distensão articular gradual e progressiva por meio do fixador externo circular. Métodos:No período compreendido entre julho de 1993 e junho de 2010 foram avaliados sete pacientes, todos com sequela de lesão nervosa periférica e com grave deformidade rígida em equinocavo do pé e tornozelo. As queixas principais eram claudicação, dificuldade para marcha e calosidade plantar dolorosa sob a cabeça dos ossos meta­tarsais. Para mensurar e graduar a correção das deformidades e a melhora dos sintomas, foram realizados e comparados, antes e após o tratamento, um exame clínico detalhado e radiografias simples na projeção lateral com apoio. Resultados: Utilizando critérios clínicos e radiográficos, obtivemos resultado considerado bom em seis das sete extremidades (86%); e regular em apenas uma (14%). Na avaliação radiográfica lateral do pé e tornozelo, verificamos uma correção média de 9,5 centímetros do equino e de 1,0 centímetro do cavo. Não ocorreu nenhuma complicação maior durante o tratamento. Foram necessárias cirurgias complementares, incluindo osteotomia do calcâneo (uma extremidade), panartrodese (uma extremidade), ou artrodese interfalângica do hálux (uma extremidade), para corrigir pequenas deformidades residuais em três das sete extremidades tratadas (43%). Conclusão: A cirurgia minimamente invasiva empre­gando fixador externo circular para corrigir deformidades graves e rígidas em equinocavo acometendo pé e tornozelo, constitui uma alternativa eficiente e relativamente segura de tratamento. Nos casos de artrose sintomática, esse procedimento facilita sobremaneira a execução de artrodese complementar, reduzindo a necessidade de ressecção óssea extensa e suas potenciais complicações.

Publicado

2017-06-30

Edição

Seção

Artigos Originais

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