Osteotomia cuneiforme de adição na base do primeiro metatársico para o tratamento do hálux valgo moderado e intenso: fixação com placas de baixo perfil

Autores

  • Caio Nery
  • Cibele Réssio
  • Gerson de Azevedo Santa Cruz
  • Rafael Silva Remor de Oliveira

Palavras-chave:

Hálux valgo/cirurgia; Osteotomia/métodos; Procedimentos ortopédicos/métodos; Placas ósseas; Parafusos ósseos Nível de Evidência – IV – Série retrospectiva de casos.

Resumo

Objetivo: O objetivo deste trabalho foi apresentar os resultados obtidos no tratamento da deformidade do hálux valgo moderado e intenso por meio da osteotomia cuneiforme de adição na base do primeiro metatársico utilizando dois sistemas diferentes de fixação com placa e parafusos. Métodos: Foram tratados 41 pacientes (70 pés) em um período de 4 anos (2005 a 2009) com uma média de seguimento de 2,4 anos. A idade dos pacientes variou de 19 a 83 anos com média de 52 anos. Quanto ao sexo, 93% dos pacientes eram mulheres e 7% homens, o que gera uma proporção de 13:1. A fixação da osteotomia da base foi obtida por meio da placa BOW da Darco® em 36 pés (51%) e pelo sistema Arthrex® LPS em 34 pés (49%). Ambas as técnicas são semelhantes e a cortical lateral do metatársico foi violada em 31% dos pacientes (22 pés). Na dependência da magnitude dos ângulos articular distal do primeiro metatársico (AADM) e hálux valgo interfalângico (AVI), foi associada a osteotomia em chevron biplanar distal e/ou a osteotomia da falange proximal do hálux – Akin. As radiografias pré e pós-operatórias dos pés com carga foram mensuradas para comparar os seguintes parâmetros: ângulo de valgismo do hálux (AVH), ângulo intermetatársico I-II (AIM), ângulo articular distal do primeiro metatársico (AADM), ângulo de valgismo interfalângico (AVI), comprimento relativo dos I e II metatársicos e posição dos sesamoides. O escore da American Orthopaedic Foot and Ankle Society (AOFAS) pré e pós-operatório foi calculado para todos os pacientes estudados. Resultados: O AVH melhorou 14° em média; o AIM melhorou 8° em média, o AADM melhorou 11° e o AVI melhorou 7°, em média. Não foram observadas diferenças significantes no comprimento relativo dos I e II metatársicos. Com relação à posição dos sesamoides, 79% dos pés operados melhoraram e 32% obtiveram a normalização dessa variável. O escore da AOFAS melhorou da media pré-operatória de 50 pontos para a média pós-operatória de 82 pontos. Houve cinco casos de queixas dolorosas relativas ao material de síntese, cinco casos de edema persistente, duas pseudartroses, duas subluxações tarsometatársicas e outras seis complicações menores. Conclusões: A osteotomia cuneiforme de adição na base do primeiro metatársico é um método efetivo na correção do hálux valgo moderado ou intenso. Ambos os sistemas de fixação com placa e parafusos utilizados nessa série mostraram ser capazes de manter a estabilidade e correção do foco de osteotomia. A combinação das osteotomias em chevron biplanar distal e/ou Akin é recomendável quando houver exagero do ângulo articular distal do primeiro metatársico e ângulo de valgismo interfalângico.

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Publicado

2010-06-30

Edição

Seção

Artigos Originais

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