PO 18105 - Úlcera do pé diabético PEDIS III

avaliação microbiológica e evolução clínica na osteomielite crônica secundária à neuropatia

Autores

  • Alexandre Leme Godoy dos Santos Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
  • Guilherme Honda Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil
  • Priscila Rosalba Instituto de Ortopedia e Traumatologia, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
  • Rafael Barban Sposeto Instituto de Ortopedia e Traumatologia, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
  • Tulio Diniz Fernandes Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
  • Ana Lucia Lei Munhoz Lima Instituto de Ortopedia e Traumatologia, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.30795/scijfootankle.2019.v13.1014

Palavras-chave:

Pé diabético, Osteomielite, Bacteriana

Resumo

Introdução: Agentes infecciosos estão associados à amputação do pé diabético infectado se não forem prontamente tratados. Estima-se que 25% dos pacientes com diabetes apresentarão uma úlcera no pé em algum momento de suas vidas. Nossa hipótese é que o perfil microbiológico isolado da osteomielite crônica (OC) secundária às úlceras neuropáticas do pé é diferente do perfil padrão relatado na literatura. Objetivo: Determinar o perfil microbiológico e os padrões de susceptibilidade aos antimicrobianos de organismos isolados de OC secundária a úlceras neuropáticas nos pés. Além disso, pretendemos descrever os resultados clínicos de 52 pacientes internados em um centro de referência para pé diabético. Métodos: Os prontuários médicos de 52 pacientes com úlceras neuropáticas no pé infectadas clinicamente entre 2005 e 2013 foram revisados. A osteomielite foi diagnosticada com base em alterações sugestivas em radiografias e ressonância magnética (RM) e confirmada com exame microbiológico. Todos os casos foram acompanhados por pelo menos seis meses. Apenas os resultados da cultura óssea obtidos no momento do desbridamento cirúrgico após a antissepsia foram considerados para caracterização microbiológica. Resultados: Cento e onze isolados bacterianos foram identificados como agentes causadores de infecção, com média de 2.13 isolados por paciente. Houve predomínio de cocos Gram-positivos (51%), seguido de bacilos Gram-negativos (BGN) (43%). Os microrganismos mais prevalentes foram Staphylococcus aureus (18%), Enterococcus faecalis (18%) e Staphylococci coagulase-negativo (SCoN) (14%). Entre os isolados de S. aureus, a prevalência de resistência à meticilina (SARM) foi de 48% e 77% dos SCoN  eram resistentes à meticilina (SCoNRM) com 100% de suscetibilidade ao sulfametoxazol/trimetoprim (SMT/TMP). Aos 6 meses de seguimento, 75% dos pacientes estavam em remissão, sem sinais de infecção, 23% dos pacientes apresentaram recidiva da infecção e 2% dos pacientes foram perdidos no seguimento. Conclusão: Em diabéticos com osteomielite crônica secundária a úlceras neuropáticas, S. aureus, E. faecalis e SCoN foram os agentes infecciosos mais frequentes. A ocorrência de SARM e SCoNRM foi alta, mas com 100% de suscetibilidade ao SMT/TMP. Desbridamento cirúrgico extenso associado à terapia antimicrobiana prolongada levou à remissão da infecção em 77% dos pacientes após 6 meses de seguimento.

Publicado

2019-11-11

Como Citar

Godoy dos Santos, A. L., Honda, G., Rosalba, P., Barban Sposeto, R., Diniz Fernandes, T., & Lei Munhoz Lima, A. L. (2019). PO 18105 - Úlcera do pé diabético PEDIS III: avaliação microbiológica e evolução clínica na osteomielite crônica secundária à neuropatia. Scientific Journal of the Foot & Ankle, 13(Supl 1), 13S. https://doi.org/10.30795/scijfootankle.2019.v13.1014