TL 18098 - Avaliação radiográfica da articulação do tornozelo após a tríplice artrodese
DOI:
https://doi.org/10.30795/scijfootankle.2019.v13.1060Palavras-chave:
Artrodese, Osteoartrose, Articulação do tornozeloResumo
Introdução: A tríplice artrodese do pé é um procedimento bem difundido, descrito inicialmente por Hoke, em 1921, e aperfeiçoado ao longo dos anos. Alterações degenerativas nas articulações adjacentes pós-procedimento são relatadas na literatura com prevalência elevada de 44-58%, sendo 9-27% a prevalência dos casos severos. Nesse estudo, visa-se avaliar radiograficamente a articulação tibiotársica dos pacientes submetidos à tríplice artrodese ipsilateral, e o tempo de evolução para o seu agravo. Métodos: Foram realizados 150 procedimentos de tríplice artrodese no período de 2010 a 2015. Participaram da pesquisa 56 pacientes (62 pés operados). Os tornozelos foram avaliados radiograficamente nos momentos: inicial ou pré-operatório, com 1 ano de pós-operatório e com 3 a 5 anos de pós-operatório. Foi observada a presença de artrose, de acordo com a escala de Kellgreen e Lawrence, e o tempo para o agravo da artrose secundária. Resultados: No momento inicial havia 31 tornozelos (50%) sem sinais claros de artrose. A artrose tibiotársica teve piora em 1 grau no 1º ano pós-cirúrgico em 13 tornozelos (28,3%). Com 3 a 5 anos de pós-operatório houve o agravamento de 21 tornozelos (55,2%) em 1 grau; 15,8% (n=6) tiveram piora da artrose maior ou igual a 2 graus; e onze tornozelos (29%) não tiveram qualquer piora ou surgimento de artrose tibiotársica. Houve uma média de 22 meses sem piora ou surgimento de artrose tibiotársica após o procedimento. O tempo médio de evolução pós-cirúrgica foi 32,4 meses para os que tiveram piora em 1 grau de artrose; e 43,7 meses naqueles que apresentaram piora em 2 ou mais graus de artrose tibiotársica. Conclusão: As alterações radiográficas permitiram fortalecer o conceito da formação de artrose secundária à tríplice artrodese na articulação tibiotársica, mesmo a curtos e médios prazos. Observou-se o agravo das taxas de osteoartrose iniciais de 49,2% (30 pés), passando para taxas de 70% com 1 ano, e 92,3% no pós-operatório entre 3 e 5 anos.