TL 18196 - O procedimento de Lapidus para deformidade de hálux valgo grave

comparação de dois métodos diferentes de fixação

Resumo

Introdução: As técnicas cirúrgicas para correção do hálux valgo estão em constante evolução. No entanto, existem poucos dados na literatura comparando as diferentes técnicas e métodos de fixação. O objetivo deste estudo foi comparar duas variações do procedimento de Lapidus com relação à taxa de complicações, resultados radiográficos e funcionais. Métodos: Foi realizada uma revisão retrospetiva de 94 pacientes consecutivos tratados com fusão de Lapidus para correção do hálux valgo entre 2006 e 2017. No primeiro grupo, 33 pacientes foram submetidos a artrodese modelante entre a base do primeiro metatarso e o cuneiforme medial e entre a base do primeiro e segundo metatarsos. No segundo grupo, 61 pacientes foram submetidos apenas a uma fusão entre a base do primeiro metatarso e o cuneiforme medial. Resultados: No grupo 1, a taxa de complicações foi de 18% em comparação com 13% no grupo 2. Destes, 10,5% necessitaram de um procedimento de revisão no grupo 1, contra 7,5% no grupo 2. As complicações mais comuns observadas no estudo foram a não cicatrização, recidiva parcial da deformidade e parafusos soltos. No grupo 1, o primeiro ângulo intermetatársico e o ângulo do hálux valgo melhoraram de uma média de 18,3 graus para 14 graus e de 29 para 9,7 graus, respectivamente. No grupo 2, os ângulos melhoraram de 16,1 para 9,1 graus e de 31,1 para 9,1 graus, respectivamente. O escore AOFAS melhorou de 44,5 para 94,9 no grupo 1 e de 35,8 para 91,32 no grupo 2. Conclusão: O procedimento de Lapidus com fusão apenas da base do primeiro metatarso e do cuneiforme medial é um procedimento seguro, com baixo índice de complicações. Nesse procedimento modificado, o cirurgião deve otimizar a congruência entre a base do primeiro metatarso e o cuneiforme medial antes da fixação, o que pode explicar, dentro do possível, os bons resultados observados nesse grupo.