Avaliação do prognóstico do tratamento da artropatia de Charcot do tipo IV
DOI:
https://doi.org/10.30795/scijfootankle.2018.v12.855Palavras-chave:
Artropatia neurogênica, Pé diabético, Fatores prognósticosResumo
Objetivo: Avaliar o prognóstico do tratamento ortopédico especializado em possibilitar a obtenção de um pé e tornozelo funcionais nos pacientes diabéticos que apresentam artropatia de Charcot negligenciada (ACN).
Métodos: Sessenta e cinco pacientes com ACN foram tratados no período compreendido entre 2000 e 2017, segundo protocolo sistematizado adotado na nossa instituição. Seis pacientes (9%) perderam o seguimento, restando 59, totalizando 63 extremidades afetadas (quatro apresentavam afecção bilateral). O tempo médio de seguimento foi de 72 meses (variação de 12 a 132) e a média de idade de 54 anos (variação de 30 a 80). Consideramos o resultado como satisfatório quando o paciente foi capaz de caminhar de maneira independente, apoiando completamente o pé no solo; e insatisfatório quando a extremidade afetada apresentou instabilidade franca e encontrou-se deformada, a ponto de não ser possível acomodá-la numa órtese estabilizadora nem apoiá-la durante a marcha, ou ainda quando foi necessário realizar a amputação. Resultados: Obtivemos resultado insatisfatório em 31 dos 59 pacientes (53%). Apenas 31 das 63 extremidades (49%) foram consideradas funcionais após o tratamento. Conclusão: O prognóstico do tratamento da ACN utilizando o protocolo sistematizado de tratamento é reservado. Somente metade das extremidades tratadas foi capaz de realizar apoio plantígrado e marcha independente. Nível de Evidência IV; Estudos Prognósticos; Série de Casos.