Avaliação tomográfica pré-operatória das fraturas de calcâneo no planejamento cirúrgico

Resumo

Objetivo: Realizar a correlação entre a avaliação tomográfica pré-operatória de pacientes com diagnóstico de fratura de calcâneo e as vias de acesso de escolha, assim como os materiais de síntese utilizados. Métodos: Revisamos 19 prontuários de pacientes entre 23 e 56 anos submetidos a cirurgia por fratura de calcâneo no período de 01/01 2014 a 31/12/2015. Avaliamos o mecanismo do trauma, lado, classificação de Essex-Lopresti, ângulo de Böhler e de Gissane no pré e pós-operatório, classificação tomográfica de Sanders e tipo de osteossíntese realizada. As aferições angulares nos serviram de referência para análise radiológica da qualidade da redução. Resultados: 90% dos casos foram de depressão articular, sendo os outros 10% considerados extra-articulares. O ângulo de Böhler no pré-operatório variou entre 5 e 40°, e entre 10 e 38° no pós-operatório, sendo que 55% das fraturas tiveram uma reconstrução angular considerada boa (entre 20° e 40°). O ângulo de Gissane, por sua vez, variou entre 110 e 170° no pré-operatório, e 102 e 132° no pós-operatório. Na análise tomográfica, houve predomínio da classificação IV de Sanders (65%), seguida das fraturas tipo IIIBC (20%), e fraturas tipo I, IIA e IIIAB (5% cada). Osteossíntese com placa e parafuso foi o método mais utilizado (89,47%). Conclusão: A utilização correta dos recursos de diagnóstico por imagem existentes, através dos resultados radiográficos e tomográficos proporciona a possibilidade de melhor planejamento pré-operatório nas fraturas intra-articulares do calcâneo, porém, neste estudo não demonstrou diferença da via de acesso e material de síntese de acordo com a classificação tomográfica. Nível de Evidência III; Estudos Diagnósticos; Estudo de Pacientes não Consecutivos.