Epidemiologia do pé gravemente traumatizado

Autores

  • Minoru Alessandro Sakata
  • Ricardo Cardenuto Ferreira
  • Marco Túlio Costa
  • Gastão Guilherme Frizzo
  • Roberto Attílio Lima Santin

Palavras-chave:

Traumatismos do pé/epidemiologia; Traumatismos do pé/cirurgia; Traumatismos do tornozelo/epidemiologia; Traumatismos do tornozelo/cirurgia; Amputação traumática; Salvamento de membro/métodos.

Resumo

Objetivo: Avaliar dados epidemiológicos e do tratamento dos pés e tornozelos gravemente traumatizados. Métodos: Prontuário médico de pacientes classificados como tendo sofrido traumatismo grave, acometendo o pé no período de janeiro de 1985 a julho de 2007. Resultados: Foram avaliados 76 pacientes (82 pés) que foram tratados na nossa instituição, 61 do sexo masculino, com média de 31 anos de idade. Os mecanismos de lesão foram: queda de altura 34%, atropelamento 22%, acidente automobilístico 17%, acidente motociclístico 17%, e esmagamento causado por queda de objeto pesado ou compressão 10%. Catorze pacientes foram vítimas de politraumatismos e trinta sofreram fraturas acometendo outras regiões do corpo, além do pé e da extremidade distal da perna. A fratura exposta ocorreu em 62%, grau III em 80%. Lesão ligamentar grave ocorreu em 59%, principalmente na articulação tarso-metatarsal (Lisfranc). Síndrome compartimental do pé foi diagnosticada e tratada na urgência com fasciotomia em 35 extremidades. Cobertura cutânea adicional foi necessária em 20 pés. Para o tratamento definitivo foi utilizado o fixador externo em nove das 82 extremidades; a fixação interna, em 48 pés; a fixação mista em 14 pés. Em dez extremidades (12%) foi realizada artrodese primária devido à lesão osteoarticular irreparável. Amputação precoce foi realizada em 13 das 82 extremidades gravemente traumatizadas. Conclusão: O pé gravemente traumatizado deve ser encarado de maneira diferenciada, pois as lesões de partes moles associadas e as múltiplas fraturas dificultam o tratamento. A abertura dos compartimentos (fasciotomia) do pé e a artrodese primária das articulações irreparáveis merecem especial atenção. Além disso, o cirurgião deve considerar e discutir com o paciente a amputação como opção de tratamento.

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Publicado

2008-06-30

Edição

Seção

Artigos Originais